TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é entendido como uma doença poligênica e multifatorial. Geralmente os pais procuram atendimento para as crianças por conta de atraso na linguagem, mas é importante destacar que esse não é o critério de base para o diagnóstico. Atrasos de linguagem não são características exclusivas dos transtornos de espectro autista e nem universais dentro dele. Os atrasos na linguagem podem ser definidos, mais apropriadamente, como fatores que influenciam nos sintomas clínicos do TEA, não como critérios do diagnóstico.

O Transtorno do Espectro Autista refere-se a um grupo de transtornos caracterizados por um espectro compartilhado de prejuízos qualitativos na interação social, associados a comportamentos repetitivos e interesses restritos pronunciados. O TEA apresenta uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo frequentemente, a causa de deficiência grave, demonstrando uma grande heterogeneidade na apresentação fenotípica em relação à configuração e severidade dos sintomas comportamentais.

Crianças com Transtorno do Espectro Autista já começam a demonstrar os sinais nos primeiros meses de vida, por exemplo:

  • Crianças com TEA não mantêm contato visual efetivo e não olham quando você chama;
  • Crianças com TEA, a partir dos 12 meses, ainda não apontam com o dedinho e acabam utilizando o cuidador como instrumento;
  • No primeiro ano de vida, crianças com TEA demonstram mais interesse nos objetos do que nas pessoas;
  • Crianças com TEA podem não demonstrar muita reação quando os pais fazem brincadeiras engraçadas ou quando brincam de esconde-esconde;
  • Crianças com TEA costumam brincar enfileirando objetos ou se dedicando apenas a partes deles;
  • Crianças com TEA muitas vezes não conseguem desenvolver brincadeiras de “faz de conta”;
  • Crianças com TEA preferem o isolamento e tendem a não demonstrar iniciativa no contato com os pares;
  • Crianças com TEA alimentam hábitos como andar na ponta dos pés e manifestam movimentos repetitivos com as mãos à frente dos olhos;
  • Crianças com TEA apresentam uma hipo ou hipersensibilidade auditiva, bem como a inversão pronominal;
  • Crianças com TEA são rígidas em suas rotinas, flexibilizando muito pouco seus hábitos, até mesmo os alimentares;

Algo marcante nos atendimentos do Transtorno do Espectro Autista é a ansiedade dos pais por exames que diagnostiquem o transtorno. Portanto, vale salientar que o diagnóstico do TEA é clínico, realizado através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. É importante explicitar que o tratamento é interdisciplinar, com terapia ocupacional, terapia comportamental, fonoaudiologia e acompanhamento psicopedagógico. O uso de medicação é indicado apenas para sintomas específicos, como agressividade, impulsividade, ansiedade, compulsões e hiperatividade.

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