Todos nós vivenciamos o luto ao longo da vida. É natural que o corpo responda a perdas muito significativas com emoções complexas que desestabilizam o ser humano. Embora seja doloroso, passar pelo processo de perda conduz o enlutado à compreensão de continuidade da vida apesar daquela ausência. No entanto, quando essa fase natural transforma-se em uma desordem prolongada e compromete a rotina do indivíduo diante da sua funcionalidade como sujeito , chama-se “luto complicado”.
Mesmo que existam as fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), as formas de vivenciá-lo variam. Uma pessoa pode sentir todas essas emoções no mesmo instante e chegar na aceitação com mais facilidade, outra pode passar anos avançando por por esses estágios. Mas quando bem sucedido, o processo é finalizado e o enlutado consegue superar a perda. O que não quer dizer que a pessoa será esquecida ou perderá importância, mas que as lembranças prevalecem sem o protagonismo da dor.
Sintomas dos mais diversos se manifestam no corpo e no emocional de pessoas enlutadas. Além de tristeza e solidão, raiva e culpa são sentimentos comuns. No quesito físico, o luto pode ser refletido em fadiga, fraqueza, ansiedade, déficit na memória e alteração do apetite.
No caso de um enlutado crônico, as reações físicas e emocionais do luto normal são exponenciadas e a pessoa se sobrecarrega sem ir em direção ao término. Nesse permanente estado de angústia e aprisionamento à perda, comportamentos autodestrutivos, episódios depressivos, ansiosos e baixa autoestima são quadros que se desenvolvem e devem receber cuidados específicos. A pessoa em luto complicado precisa sobretudo da escuta qualificada para se reencontrar nesse processo de transição e restabelecer o equilíbrio físico, emocional e social.
Os tipos de luto
A transição do luto está associada à forma como se deu a perda. Experiências traumáticas relacionadas a mortes violentas ou acidentais, por exemplo, tornam o luto mais devastador principalmente porque não houve despedida. Na outra ponta, vejamos também que há situações em ocorre um luto antecipado, quando o desespero em receber o diagnóstico de uma doença grave, por exemplo, faz a pessoa agir sob a perspectiva da perda iminente. Outro processo comum acontece quando a ficha demora a cair ou a pessoa não se permite reagir à morte. Adiar a tristeza tende a impactar na saúde mental e desencadear transtornos como a ansiedade. Veja alguns tipos de luto:
- Luto natural
- Luto traumático
- Luto antecipatório
- Luto adiado
- Luto coletivo
- Luto não reconhecido
