Borderline, paranoide, dependente: Você conhece os Transtornos de Personalidade? Saiba os 10 tipos, grupos e padrões

Todos nós apresentamos singularidades, padrões de pensar, sentir e se comportar socialmente. Esse conjunto de características psicológicas é o que molda a personalidade de cada um. Traços da personalidade de um indivíduo se mantém, de certa forma,  constante ao longo da vida e se manifestam em inúmeras ocasiões. Já o temperamento, um dos aspectos da personalidade, é inato ao ser humano, ou seja, pertence ao indivíduo  desde o nascimento, e caracterizam as particularidades ligadas ao comportamento. Nessa composição, há, no entanto, o caráter, aspecto moldado basicamente pela cultura e educação. Com isso, entende-se que a personalidade é um processo gradual, resultado de interações entre aspectos particulares e os aprendidos socialmente.  

No caso dos Transtornos de Personalidade (TP) há muito mais do que traços: os indivíduos se caracterizam por um padrão de comportamento mal adaptativo, profundamente enraizado e rígido que causa sofrimento significativo ou comprometimento funcional. No entanto, é importante destacar que dependendo da cognição, juízo crítico, conhecimento e disposição ao entendimento, tais estados supostamente pétreos podem seguir por caminhos mais favoráveis e de menor sofrimento. É possível adaptar a maneira de ser, disciplinar pulsões, esquemas de pensamentos e impulsos específicos desses transtornos, com possível melhora na qualidade de vida.

Diversos critérios definem os transtornos de personalidade, que variam significativamente em suas manifestações. Os padrões costumam se iniciar na infância e não são explicados por alterações fisiológicas, mas sim, por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Segundo o DSM-5, o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais”, os 10 tipos de Transtornos de Personalidade são divididos em três grupos. No primeiro, as pessoas são  caracterizadas essencialmente por pensamentos estranhos, comportamentos excêntricos e mórbida tendência ao isolamento.
 Já o segundo grupo têm em comum um comportamento com tendência à dramaticidade, apelação e emoções que se expressam intensamente.
 No terceiro, estão as personalidades com marcantes traços de dificuldade no controle dos impulsos.

  • Grupo A: 

Paranoide

Caracterizado por um padrão de desconfianças e suspeitas injustificadas. Sempre interpretam as intenções e motivos do outro como maliciosos. Pessoas paranóicas tendem a ser hostis e desapegadas.

Esquizóide 

O desinteresse pelo outro é a tônica do transtorno de personalidade esquizóide. Não desejam, nem desfrutam de relações estreitas nem mesmo com a família. O comportamento geralmente começa no início da vida adulta. 

Esquizotípica 

Crenças estranhas e comportamentos excêntricos. O paciente com transtorno de personalidade esquizotípica apresenta distanciamento afetivo e comportamento nitidamente peculiar. Tem traços semelhantes à esquizofrenia. Geralmente acreditam em habilidades extra sensoriais e em eventos de magnitude mundial estão ligados a ele. 

  • Grupo B 

Antissocial 

Nesta condição, a pessoa não se conecta aos sentimentos e necessidades do outro. Também podem ter o costume de mentir, agredir, cometer práticas ilegais e tentar manipular. 

Histriônica 

Necessidade de chamar atenção para si é um traço importante do transtorno de personalidade histriônica. Comumente, a pessoa faz isso de forma dramática, provocadora ou sedutora.

Borderline 

O borderline se caracteriza pela forte desregulação emocional. Excessivo medo de abandono, relacionamentos intensos e instáveis, explosões emocionais, comportamento autodestrutivo e sentimento profundo de vazio são sintomas característicos desta condição que é também conhecida como limítrofe. 

Narcisista 

A pessoa sente necessidade constante de admiração, não tem empatia e carrega a crença de que os outros a  invejam. Neste caso, são pessoas extremamente vulneráveis à críticas e têm a autoestima abalada facilmente. 

  • Grupo C

Esquiva

Podem ser pessoas extremamente tímidas, receosas e sensíveis. Evitam interações sociais e sentem-se muito fragilizadas quando julgadas negativamente pelos outros. Vivem em constante sentimento de inadequação. 

Obsessivo-compulsiva

Regras, ordem e perfeccionismo exagerados são práticas de uma pessoa com personalidade obsessivo-compulsiva – também conhecido como anancástica. Essas pessoas tendem a ser solitárias  em seus esforços e desconfiam da ajuda de outros. 

Dependente 

Esta condição causa sintomas como a necessidade de ser cuidado/a, medo de estar só, dificuldades em se separar das pessoas queridas ou tomar decisões por conta própria. Além disso, a carência extrema pode ocasionar atitudes desagradáveis para chamar atenção. Tende a ser uma pessoa submissa e tolerar relações abusivas. 

TPs não definem essência

Reforçamos aqui que as classificações não se tratam de uma ânsia da psiquiatria em categorizar pessoas. Elas dizem respeito à forma da personalidade e não ao conteúdo psíquico e vivencial de cada um. Quer dizer, as classificações falam sobre maneiras do indivíduo ser e de reagir à sua vida, ou seja, como é funcionalmente esse indivíduo. Os conteúdos vivenciais definem quem é essa pessoa. Uma pessoa obsessiva, meticulosa, perfeccionista e rígida com problemas de adaptação, por exemplo, pode mudar sua maneira de ser, refazendo algumas crenças pessoais e atitudes comportamentais no sentido de construir melhor relação consigo mesma, com os outros e com a vida, embora continue sendo menos obsessiva, menos meticulosa, menos perfeccionista e menos rígida.

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