Ansiedade no trabalho: identifique os sintomas

Cargas de trabalho em excesso, más condições de trabalho, falta de reconhecimento, problemas como assédio moral e pressão por produção ou rendimento são fatores preponderantes no desencadeamento do Transtorno de Ansiedade em trabalhadores. 

O Brasil vive em um período no qual muitas pessoas trabalham exclusivamente para manter suas necessidades básicas como alimentação e moradia. Em contrapartida, algumas empresas objetivam no funcionário uma mera engrenagem da produção. Esses dois fatores, somados aos anteriormente citados, por si só, já conseguem demonstrar a insatisfação relacionada ao trabalho. 

É sabido que pessoas infelizes ou sem perspectiva, são pessoas vulneráveis ao adoecimento psíquico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. 

Sintomas de ansiedade no trabalho

Caso uma pessoa esteja passando por situações insalubres no trabalho, é possível que venha desenvolver sintomas relacionados ao Transtorno de Ansiedade. Conheça alguns:

  • Angústia;
  • Falta de ar;
  • Agitação psicomotora;
  • Taquicardia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia;
  • Problemas relacionados ao sono;
  • Distúrbios alimentares;
  • Cefaleia 
  • Apreensão;
  • Distúrbios sexuais;
  • Agressividade;
  • Tensão muscular;
  • Pensamento catastrófico;
  • Preocupação excessiva com o futuro;
  • Pânico e reações de austeridade frente ao trabalho

Como as empresas podem ajudar?

Primeiramente é preciso um olhar humanizado sobre as pessoas que trabalham nessa organização. Além de entender que o trabalho deve ser o meio pelo qual se realiza conquistas pessoais, as empresas devem construir um conjunto de ações que criem um ambiente corporativo mais feliz e saudável. 

As lideranças devem ser orientadas e formadas para engajar positivamente os trabalhadores. Quando possível, é importante que a empresa ofereça aos colaboradores uma gestão de benefícios voltados para a saúde mental, como por exemplo, auxílio terapia. Sobretudo, é fundamental tornar uma cultura empresarial o estímulo à busca por acompanhamento com profissionais especializados em saúde mental.

TDAH na vida adulta: conheça os sintomas, sinais e tratamentos

É comum atrelar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) às crianças, mas há uma enorme quantidade de adultos que manifestam a condição e sofrem com impactos no trabalho, nas relações afetivas e em toda a esfera social. Muitas vezes, esse adulto não entende o porquê de ter uma vida tão atribulada, isso ocorre porque essa população é subnotificada. O TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)

O TDAH não está ligado a fatores culturais ou conflitos psicológicos, mas sim a pequenas alterações na região frontal do cérebro, responsável pela inibição do comportamento e do controle da atenção. Em adultos, é caracterizado por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade que interfere e afeta o trabalho, a vida doméstica e os relacionamentos – especialmente se não for tratado. 

Os sintomas na vida adulta

Os sintomas de TDAH ou ADD em adultos se assemelham amplamente aos sinais comuns de TDAH na infância. No entanto, sabe-se que a intensidade dos sintomas – especialmente hiperatividade – diminui ao longo do tempo para muitos indivíduos.

  • Desatenção
  • Pouca atenção aos detalhes
  • Dificuldade para começar e concluir tarefas
  • Dificuldade em focar e regular a atenção
  • Esquecimento
  • Má gestão do tempo
  • Impulsividade
  • Inquietação
  • Interrompe-se com frequência
  • Fala excessivamente
  • Desregulação emocional
  • Baixa tolerância à frustração

Desafios associados ao TDAH em adultos

O TDAH adulto afeta praticamente todos os aspectos da vida, mais ainda se a condição permanecer sem diagnóstico, não tratada ou tratada de forma ineficaz – tudo isso pode ter efeitos prejudiciais no bem-estar psicológico e na qualidade de vida de um indivíduo.

1- No desempenho escolar e no trabalho:

Sintomas de TDAH em adultos, como má gestão do tempo e concentração, procrastinação e esquecimento, podem dificultar a trajetória e permanência na escola/faculdade e no local de trabalho. 

2- Nos relacionamentos:

Os sintomas de TDAH em adultos, como habilidades de escuta deficientes, baixa tolerância à frustração, incapacidade de realizar tarefas e impulsividade, podem levar a várias dificuldades com relacionamentos românticos, amizades, relacionamentos familiares e outras conexões sociais.

3- Propensão à criminalidade e segurança

Um estudo publicado na revista internacional JAMA Psychiatry vinculou o TDAH em adultos à criminalidade, quebra de regras e outros problemas legais e de segurança – incluindo maior risco de se envolver em acidentes de carro em comparação com a população em geral. 

4- No abuso de substâncias

TDAH e abuso de substâncias estão fortemente conectados. Adultos com TDAH têm duas vezes mais chances de serem diagnosticados com transtorno por uso de substâncias em comparação com indivíduos sem TDAH. Muitos adultos com TDAH relatam o uso de substâncias como álcool e outras drogas como forma de automedicação e controle dos sintomas de TDAH.

5 –  Comorbidades

O TDAH no adulto raramente existe sozinho. Aproximadamente 60% a 70% dos adultos com TDAH têm um transtorno comórbido. De acordo com um estudo de 2006 sobre TDAH em adultos:

  • Cerca de 40% foram diagnosticados com um transtorno de humor;
  • Quase 50% foram diagnosticados com transtorno de ansiedade, incluindo fobia social (30%) e transtorno do estresse pós-traumático (12%);
  • Cerca de 15% também têm diagnóstico de transtorno por uso de substâncias;

O que causa o TDAH?

Não está totalmente claro, mas a maioria das pesquisas sugere esses três fatores principais:

  • Genética ou Hereditariedade: O TDAH é uma condição altamente hereditária. Aproximadamente metade dos pais com TDAH terá um filho com a doença.
  • Fatores ambientais: Estudos sugerem que a exposição ao estresse extremo, trauma ou certas toxinas – como chumbo ou bisfenol – aumentam o risco ou a gravidade dos sintomas de TDAH.
  • Interrupção do Desenvolvimento: Lesão cerebral ou eventos que afetam o sistema nervoso central durante o desenvolvimento, como parto prematuro ou uso de álcool durante a gravidez, podem ter um papel importante no desenvolvimento do TDAH.

Diagnóstico 

O  Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) lista nove sintomas que sugerem TDAH predominantemente desatento e nove sintomas separados que sugerem TDAH predominantemente hiperativo-impulsivo. Um adulto pode ser diagnosticado com qualquer subtipo se apresentar pelo menos cinco dos nove sintomas em dois ou mais ambientes – no trabalho e em casa, por exemplo – por pelo menos seis meses. É preciso uma avaliação médica especializada para concluir o diagnóstico. 

Tratamento 

O melhor tratamento para o TDAH adulto é uma combinação de terapia e medicação. Os adultos devem trabalhar em estreita colaboração com seus médicos para ajustar a medicação e a dosagem e encontrar a combinação certa de tratamento do TDAH para aliviar os sintomas.

Quando a família é tóxica, o que fazer?

Muito se fala sobre relações abusivas com amigos, pessoas do trabalho ou algum relacionamento amoroso. No entanto, é no seio familiar onde muitas vezes ocorre o primeiro contato com pessoas tóxicas. Quem nunca ouviu a premissa “tudo por a família”? Esse tipo de ideia pode funcionar como mecanismo de submissão a comportamentos e atitudes familiares prejudiciais.

Outra questão que aumenta a tolerância às relações familiares abusivas é a cultura. Tendo em vista que historicamente somos ensinados a preservar a família, atuando na manutenção de restrições e tabus. A cultura estabelece que só é permitido ter sentimentos positivos sobre a família. Tal imposição implica na repressão de sentimentos naturais do ser humano e na incapacidade em gerenciar conflitos.

Nesse sentido, o cenário ganha outro aspecto quando a vítima está em situação de dependência econômica, social ou emocional com a pessoa que exerce o abuso.

Como reconhecer uma família tóxica?

O conflito existe em todos os tipos de relacionamentos, porque interesses se chocam. Divergir se faz importante no sentido de realinhar expectativas e de pôr em constante análise as relações.

No entanto, existem relações que são mais difíceis e evocam constantemente o conflito ao invés da harmonia. É preciso mensurar o quanto de dor e sofrimento essa convivência traz. Desconforto, inferiorização, descrença, humilhação e abuso são alguns comportamentos que podem existir em uma relação tóxica dentro ou fora do ambiente familiar.

Como lidar com a situação?

Cada relação tem sua complexidade, então não há uma fórmula a ser replicada. A seguir, deixo algumas orientações do que pode ser feito com vínculos que não fazem bem:

1 – Busque ajuda profissional 

Se você vive sob angústia, em sofrimento e sente perda da dignidade por causa de um relacionamento familiar, busque uma escuta profissional. Um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar você a descobrir a melhor solução.

2 – Você não pode mudar ninguém

Muitas vezes o sofrimento está na angústia de esperar que o outro mude, quando quem tem que mudar é você. Como? Realinhando suas expectativas sem esperar que o outro tome a atitude que você deseja. Lembre-se: você só é capaz de mudar os seus próprios comportamentos e atitudes. 

3 – Se preciso for, corte laços 

Na maioria dos casos, é sem dúvidas a escolha mais extrema e dolorosa, porque estamos falando de um ente amado. Diante do rompimento da relação, pode surgir o sentimento de culpa, principalmente porque memórias de situações passadas surgirão. É importante ter em mente o real motivo da sua decisão de se emancipar dessa pessoa. Sem essa definição clara, corre-se o risco de viver em ciclos numa relação abusiva e até mesmo repetir o padrão com outras pessoas.

Todo mundo precisa de terapia?

Hoje em dia a frase “todo mundo deveria fazer terapia para lidar com quem precisa de terapia e não faz” é muito compartilhada nas redes sociais. Ela é uma perspectiva interessante do ponto de vista da divulgação dessas ferramentas que auxiliam na saúde mental. Por outro lado, é uma tentativa falha de determinar quem deve ou não buscar auxílio de um psicólogo. 

Abordagens psicoterápicas são tratamentos e tem base científica. Cada uma, seguindo sua metodologia, tem o propósito de auxiliar o paciente a se conhecer melhor, definir o seu sofrimento e desenvolver estratégias  para resolvê-lo. Veja, isso não se restringe apenas ao tratamento de transtornos mentais, mas a tudo aquilo que incomoda o sujeito e causa desconforto emocional. 

Para identificar se um sofrimento psicológico está além do normal é preciso observar alguns sinais como: duração dessa angústia, intensidade, prejuízos  sociais causados por ela, além dos sintomas físicos e comportamentais como dores de cabeça e no corpo, desconforto gástrico, fadiga, oscilações de humor, irritabilidade , etc.

Sobretudo, o pontapé inicial da decisão de buscar ajuda especializada deve considerar a sua  vontade de estar engajado(a) nesse processo de autoconhecimento. Importante salientar que nenhuma terapia “conserta” o indivíduo, mas auxilia na lida com seus próprios sentimentos objetivando o bem-estar. 

Já em relação ao tempo e o esforço desprendidos no tratamento, são variações que dependem consideravelmente da resposta do paciente. Na Psicanálise, por exemplo, não existe o conceito de “alta” do analisante. Cada um decide até onde quer ir e se dá alta. Sendo assim, existe uma gama de possibilidades psicoterápicas, cada uma indicada para cada tipo de demanda. 

Portanto, não se deve impugnar ao outro um tratamento só porque você faz e é benéfico para você. Cada um tem o seu contexto, suas dores, limitações e necessidades. É por isso que é tão importante buscar um profissional da saúde mental ao invés de tentar resolver só ou com um amigo. O profissional é quem domina as técnicas e tem capacidade de aplicá-las.

Nem toda grávida está feliz: sem estigmas, entenda o que é a depressão pós-parto, sintomas, níveis e tratamentos

O período da gravidez e o pós-parto nem sempre é um mar de rosas, permeado por felicidade e excitação. Muitas mulheres podem vivenciar turbulências emocionais e psicológicas, ficando deprimidas, cansadas e irritadiças por um tempo maior que o comum. Caso esses sintomas se prolonguem por mais de duas semanas, é preciso buscar ajuda especializada. 

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima que 25% das mulheres brasileiras sofram com depressão pós-parto (também conhecido pela sigla DPP). O estudo foi realizado com mais de 23 mil mulheres e identificou uma alta prevalência de depressão pós-parto seis meses após o nascimento. “O atendimento deficiente para essas mulheres e bebês durante o parto influencia mais na depressão pós-parto do que intervenções e complicações físicas obstétricas ou neonatais.”, conclui. 

Apesar da incidência de casos, a doença ainda é vista com estigmas e muitas dúvidas. A seguir, entenda melhor o que é a DPP e quais são os sintomas, quais os níveis da doença e tratamentos.

O que é DPP?

A depressão pós-parto é uma doença que aparece após a gestação e pode surgir até o primeiro ano de vida do bebê. É caracterizada como um quadro depressivo que envolve o sentimento de tristeza, pessimismo, diminuição da disposição, tendência a olhar para as coisas de uma forma negativa, sem saída, além da falta de vontade de cuidar do bebê ou excesso de proteção, entre outros.  Alguns casos podem  complicar e evoluir para uma forma mais grave, conhecida como psicose pós-parto. 

Quais os sintomas?

A similaridade com qualquer outro quadro depressivo é grande, no entanto, a principal diferença é o comprometimento do vínculo com o bebê. Por isso, observe e dê ouvido às suas emoções

  • Falta de interesse por atividades diárias que anteriormente eram prazerosas;
  • Perda ou ganho de peso rápido;
  • Insônia ou excesso de sono
  • Cansaço extremo;
  • Ansiedade e excesso de preocupação;
  • Sentimento de desvalia.
  • Sentimento de culpa;
  • Irritabilidade
  • Tristeza profunda;
  • Ansiedade
  • Choro frequente
  • Dificuldade para se concentrar e tomar decisões;
  • Vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria
  • Cuidado excessivo com o bebê

Causas

Os principais fatores envolvem aspectos físicos, emocionais, contextuais, estilo e qualidade de vida, oscilações hormonais típicas do puerpério e também histórico de doenças ou transtornos mentais. A DPP pode surgir até um ano após o nascimento do bebê. Em alguns casos, surgem em meses mais avançados como seis, oito…

Níveis e tratamentos

A depressão pós-parto pode ser leve, moderada e grave. Nos mais leves e moderados, a mulher fica mais sensível e não há grande comprometimento em suas  atividades . Nesses casos, medicação e terapia podem ajudar significativamente. Nos casos mais graves, e mais raros, podem surgir sintomas psicóticos como:

  • Delírios; 
  • Alteração do pensamento e julgamento; alucinações, mais comumente auditivas ;
  • Vontade extrema de fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa;

É de suma importância estar atenta aos sinais, buscar um psiquiatra e se amparar em sua rede de apoio.  O tratamento adequado vai depender do nível da doença e só deve ser prescrito por um médico qualificado que seja de sua confiança.  Atualmente existem medicações  modernas e seguras na gestação e no puerpério. A ausência de tratamento, inclusive, pode ser prejudicial para o bebê. Seguindo o tratamento corretamente, é possível curar a depressão pós-parto.