O avanço da pandemia da Covid-19 está diminuindo em todo o mundo, mas os efeitos psicológicos e emocionais da crise sanitária permanecem e evocam um olhar atento à saúde mental, sobretudo dos idosos. De certo, a população mundial como um todo sofreu e sofre com as insuperáveis perdas e mudanças drásticas de comportamento. No entanto, a saúde da população idosa possui complexidades inerentes ao envelhecimento do corpo e da mente e isso é somado aos efeitos da pandemia.
É comum do envelhecimento humano vir acompanhado de doenças crônicas e degenerativas, além de uma fragilidade emocional mais acentuada. No cenário da Covid-19, há um aumento de preocupações consigo e com outras pessoas que gera uma carga emocional intensa para o idoso. Além disso, estudo divulgado pela Brazilian Journal of Development, em 2021, aponta que o isolamento social inflamou nos idosos o sentimento de solidão, desamparo, angústia, tristeza, estresse, alterações de humor, sono e memória.
Todos esses sintomas oportunizam o surgimento, ou a evolução, de doenças mentais como a depressão e a ansiedade. Outro fator preocupante destacado pleo estudo é que esse grupo é mais vulnerável ao suicídio devido ao sentimento de desconexão com a sociedade durante o distanciamento social. Cuidadores e familiares devem ficar atentos e buscar meios de melhorar a qualidade de vida do idoso. Veja algumas orientações:
Neste retorno consciente ao funcionamento normal da sociedade, por que não olharmos para a saúde mental como um dos cuidados a serem tomados?
Identifique os sinais
Caso algum desses sinais seja observado, busque um médico de sua confiança que seja especialista em saúde mental ou que possa indicar um. Confira:
- choro constante;
- tristeza profunda;
- sinais de depressão;
- negligência com higiene pessoal;
- irritabilidade e queixas sem motivo;
- mania de doenças sem causa aparente;
- recusa a se levantar da cama pela manhã;
- mau humor e atitudes de grosseria sem justificativas.
Para o dia-a-dia
Ajude a criar uma rotina saudável
Estabelecer uma rotina, com alimentação saudável, prática de exercícios físicos – uma simples caminhada pode fazer diferença -, além de uma boa noite de sono. Descubra a preferência de filmes, séries e músicas para estimular. Organize a rotina e planeje momentos agradáveis com o seu familiar.
Incentive hobbies
Pergunte sobre hobbies e descubra o que o idoso gosta de fazer nas horas vagas. Trabalhos manuais ou jogos de tabuleiro são algumas sugestões. É importante envolver a família nessa construção para demonstrar apoio e melhorar a saúde emocional.
Seja um bom ouvinte
Muitas vezes os idosos sentem-se negligenciados na escuta. Procure dar atenção às demandas e aos assuntos. Mesmo se estiver distante fisicamente, opte pelo uso da tecnologia, faça ligações recorrentes, mostre-se interessado(a) no dia-a-dia dessa pessoa. Essas ações impactam na melhora da auto-estima e da relação como um todo.
Conscientize sobre o bem-estar emocional
Os idosos precisam receber acompanhamento médico de diversas especialidades com constância. Mas o cuidado com a saúde mental ainda é um tabu para essa população. É importante ajudá-los a observar os próprios aspectos emocionais para dar o devido cuidado. Já nos casos daqueles que necessitam de um responsável pelas tomadas de decisões, é imprescindível o olhar atento e ágil sobre essas questões.
