Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é a nomenclatura técnica oficial do que se convencionou chamar de Autismo. É uma condição, de origem majoritariamente genética, caracterizada pelo déficit na comunicação social – que abrange a socialização, comunicação verbal e não verbal – e o comportamento – foco em interesses restritos, movimentos repetitivos. No entanto, é importante enfatizar e difundir o termo técnico oficial tanto para desmistificar a condição, quanto para ampliar o conhecimento sobre os indivíduos e os vários subtipos de autismo.
Atualmente, não há dados oficiais e consolidados sobre o cenário do TEA no Brasil. Apenas em 2019 foi sancionada a Lei 13.861 que obriga a inclusão nos censos demográficos de informações específicas sobre pessoas com autismo. Um grande avanço para saber quantos autistas existem, onde moram e as condições em que vivem para promover políticas públicas de saúde direcionadas a esse grupo. Em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada 160 crianças tenha o transtorno, mas, ao se diagnosticar de modo espectral, o número de casos aumenta. No Brasil, é possível especular a partir do Censo Escolar, que mostra aumento em 37,27% de matrículas de alunos com autismo entre os anos de 2017 (77.102) e 2018 (105.842).
Sinais do Autismo
Em geral, os sinais se apresentam na primeira infância, por volta de 1 ano e meio. Em algumas crianças já é possível reconhecer antes do primeiro ano de vida. Quanto mais cedo iniciarem intervenções, maiores são as chances de aumentar a qualidade de vida da pessoa e dos familiares.
- Não manter contato visual por mais de 2 segundos
- Não atender quando chamado pelo nome
- Isolar-se ou não se interessar por outras crianças
- Alinhar objetos
- Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise
- Não usar brinquedos de forma convencional
- Fazer movimentos repetitivos sem função aparente
- Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia)
- Não compartilhar interesse
- Girar objetos sem uma função aparente
- Apresentar interesse restrito ou hiperfoco
- Não imitar
- Não brincar de faz-de-conta
Quem diagnostica e como é o tratamento?
Dos sinais acima, se uma criança de um ano e meio apresentar três deles já é justificado uma consulta com um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da adolescência. Apenas estes especialistas podem dar o diagnóstico e iniciar o tratamento, que é personalizado e multidisciplinar, variando de acordo com o tipo e nível de cada paciente. Além da psicologia, os pacientes podem receber acompanhamento com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros. Vale então salientar que o diagnóstico do TEA é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis.
O uso de medicamentos pode ocorrer para auxiliar no tratamento de alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia – sempre prescritos por um médico, de preferência que já acompanhe a evolução.
Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito na adolescência ou no início da vida escolar, já que é uma fase em que as crianças são expostas a maior socialização. No caso da criança autista, tenderá a apresentar dificuldades em fazer amigos, se relacionar com os colegas e se integrar ao ambiente. Em níveis mais leves, o diagnóstico pode ocorrer apenas na fase adulta. É comum que o paciente perceba alguns sintomas, que só devem ser confirmados por um psiquiatra, psicólogo ou neurologista com experiência na área.
Níveis
O DSM-5, lançado em maio de 2013, compõe o mais novo instrumento para guiar o diagnóstico médico dos indivíduos portadores de TEA. Nele, o Transtorno passou a ser entendido como espectro com níveis de gravidade, como indica a imagem abaixo:

Atendimento no Espaço Arvorecer
Aqui no Espaço Arvorecer, atendemos pacientes autistas a partir dos 10 anos. Crianças com idade inferior, aconselhamos o tratamento com um profissional Psiquiatra da Infância e Adolescência, que é especialista em transtornos, síndromes e demais casos ligados à saúde mental desta faixa-etária.
