O que a Ciência diz sobre redes sociais e saúde mental

Com a vida humana se estendendo cada vez mais às redes virtuais, a ciência se debruça sobre o impacto do uso contínuo de redes sociais digitais na saúde mental dos usuários com intuito de ponderar pontos positivos e negativos. Pesquisas recentes apontam para uma influência da mídia social sobre insatisfação corporal, necessidade de emagrecimento, Transtornos Alimentares, ansiedade e depressão. Como também, sugerem melhoria no acesso a informações aprofundadas sobre saúde e sensação de suporte emocional ao compartilhar experiências de vida. 

Os resultados de estudo feito pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health (RSPH), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, publicado em 2019, indicam que o compartilhamento de fotos no Instagram afetam o sono, a autoimagem e aumenta o medo de jovens ficarem de fora dos acontecimentos. Dentre o público analisado, 70% afirmou que usar o aplicativo influencia na percepção da própria imagem. Quando o foco se volta para o grupo das mulheres, esse número aumenta para 90%. 

Nesse sentido, um estudo de 2020 publicado pelo International Journal of Eating Disorders, investiga a possibilidade da postagem de selfies editadas aumentarem os riscos de Transtornos Alimentares e autolesão. Três grupos foram analisados. A fatia que editou e postou a foto apresentou aumento na percepção de transtornos alimentares. Já os que editaram e não postaram, diminuíram essa percepção. E aqueles que fizeram a selfie e não editaram (postando ou não) não tiveram mudanças significativas sobre os transtornos.

No quesito ansiedade, os grupos que postaram suas fotos apresentaram maior nível em relação aos que não postaram.  Dentre os grupos que postaram, a ansiedade foi maior no grupo que postou a foto sem edição. A edição de fotos, sem a publicação, diminuiu os níveis de ansiedade nos grupos. Os dados do estudo indicam um “uso problemático” dessas plataformas de postagens e edições de imagens.  

Pontos positivos

O primeiro estudo mencionado, da Royal Society for Public Health, indica que, apesar da problemática do Cyberbullying, a construção de comunidades digitais ajudam pessoas que enfrentam problemas com interações sociais no âmbito físico. Aproximadamente 70% dos adolescentes relataram à RSPH que encontraram suporte em amigos e seguidores nas redes sociais quando viveram momentos difíceis. 

Outro indicativo é sobre o acesso à informações aprofundadas sobre problemas de saúde. Conteúdos em áudio, vídeo e texto, que compartilham situações reais provocam maior sensação de escuta e pertencimento, além de estimular que outras pessoas falem sobre os problemas que no meio social físico geralmente são inibidas. 

Fatores nocivos ou benéficos coexistem também na esfera virtual, já que ela funciona como um espelho da realidade que a humanidade já conhece. O que determina o tipo de uso das redes não é o tempo que se desprende nela, mas a forma de usar, os interesses buscados e sobretudo o equilíbrio entre o real e o virtual. 

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